Em nosso mercado de cafés especiais e de alta qualidade, convencionou-se café espresso. É uma forma prática, talvez, de diferenciar o mercado de cafés comuns, enorme e popular, daquele outro mais sofisticado, que é onde nós da Coffee Master estamos inseridos.
Espresso é uma palavra italiana que, em português, traduz-se como expresso. Foi na Itália que nasceu o café preparado dessa maneira, na hora, em uma máquina especial.
Isso não seria razão suficiente para importarmos também a grafia original. Quem defende o uso de “espresso” alega que a palavra portuguesa expresso provoca confusão, por dar a entender que o particípio irregular do verbo exprimir, onde nasceu esse adjetivo (e também substantivo), tem algo a ver com a mecânica do café expresso.
Acontece que, etimologicamente, tem mesmo, ainda que por vias meio tortas. Expresso é uma tradução literal possível de espresso e compartilha com ele um antepassado distante: o latim exprimere, que significava tanto “apertar com força, extrair” quanto “pronunciar, enunciar claramente”.
A história se complica um pouco porque dessa matriz latina o português tirou dois verbos distintos: espremer (no século XIV) e exprimir (no XV). Embora, como explica o Trésor de la Langue Française no verbete express, nunca tenha ficado estabelecido acima de qualquer dúvida se o espresso italiano nasceu com o sentido de “espremido, feito sob pressão” ou por analogia com a acepção (anglófila) do trem expresso, isto é, “rápido, direto ao ponto”, a grafia com xis tem sido adotada em francês e também aqui (em inglês, escreve-se espresso, à italiana).
Além de “enunciado de forma clara ou categórica”, expresso tem alguns outros sentidos consagrados que caem bem neste caso, como informa o Houaiss: “que é enviado rapidamente, sem delongas” (correspondência); “que vai do ponto de partida ao ponto de chegada sem parar” (trem). É nessa linhagem semântica que o mesmo dicionário passou recentemente – com atraso em relação ao Dicionário de Usos de Francisco S. Borba, mas à frente de boa parte dos concorrentes, que ainda ignoram tal acepção – a registrar o café “que é preparado, no momento em que o freguês o pede, numa máquina especial”.
Pedir um café na Itália (un caffè), assim como em vários países da Europa, é entendido como pedir um espresso.
Em Portugal, quando se pede um café é-se servido com um café espresso, termo que não é usado correntemente. Em Lisboa, o termo tradicional para designar o espresso é bica, um acrônimo que significa “Beber Isto Com Açúcar”. O café espresso quando começou a ser comercializado em Lisboa, no café “A Brasileira”, não agradou aos lisboetas, pelo que foi criado o slogan. O termo teve tanto sucesso que acabou por ficar até aos nosso dias. Por outro lado, no Porto é costume pedir um cimbalino, como referência a La Cimbali, uma popular marca de máquinas de fazer espressos.
Para nós da Coffee Master, a adoção do espresso com “s” nos parece, portanto, adequada e prática.
Sds,
Equipe Coffe Master
fonte: diversos artigos da internet, mercado brasileiro de cafés especiais.
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